O melanoma é um tumor maligno originado dos melanócitos, células que se encontram na camada basal da epiderme, responsáveis pela produção de melanina, pigmento que protege as células basais, as quais dão origem a queratinócitos, contra a ação nociva dos raios ultra-violetas.
O melanoma é um câncer de baixa incidência, havendo cerca de 5 mil casos anuais no Brasil. Contudo, é um dos cânceres mais letais que existem, ao lado do câncer de pulmão, devido ao diagnóstico tardio e sua progressão rápida, sendo a patologia mais temida da dermatologia. Até 5 anos após do diagnóstico 96% dos indivíduos diagnosticados vão a óbito.
É um câncer raríssimo em pessoas de raça negra, possuindo igual distribuição entre os sexos, sendo mais comum após a adolescência. Há fatores pré-disponentes para seu aparecimento, tais como: a exposição à irradiação solar, repetidos traumatismos, genética e infecção por vírus.
A localização mais freqüente da lesão primária é em cabeça e tronco, sendo que nem sempre pode-se determinar o sítio primário, podendo ocorrer em pele sã ou previamente lesionada e, muito raramente, em outros órgãos que não a pele. Os sítios mais comuns de metástase são: pulmões, sistema nervoso central, fígado e ossos. Pode ocorrer metástases até 18 anos depois da retirada da lesão primária.
O diagnóstico inicia-se pelo exame da lesão, observando-se o aparecimento de manchas ou nódulos de crescimento rápido. Segue-se, então, a regra do ABCDE, indicadora de malignidade da lesão, onde deve-se pesquisar: a Assimetria da lesão, Bordas irregulares e denteadas, variação de Cor (geralmente escura), Diâmetro maior que 0,6cm e Elevação da lesão e Espessura. Outras alterações que podem indicar malignização de lesão pré-existente são: prurido, alterações de pigmentação e tamanho, inflamação, ulceração e sangramento. O sinal de Hutchinson (mancha negra em leito ungueal) é também indicador de malignidade.
O estudo histopatológico feito por patologista experiente é essencial para fechar o diagnóstico e realizar o estadiamento da lesão, importantístimo pois, conforme o estadiamento, muda-se a conduta terapêutica e o prognóstico. Outros exames complementares são importantes, a depender do estadiamento, para determinação de metástases, tais como: raio X de tórax, ultrassonografia abdominal, cintilografia óssea, ressonância magnética, PETScan, dentre outros.
O diagnóstico diferencial é vasto, incluindo nevos pigmentados, ceratose seborreica, basalioma pigmentado, granuloma piogênico, dentre outros.
A terapêutica principal é a excisão do tumor. Contudo, a depender do estadiamento, deve-se realizar a retirada de linfonodos, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e interferon.
O prognóstico em geral é ruim, devido ao diagnóstico tardio, variando, em médica, de 2% e 30% de sobrevida em 5 anos. Contudo, as chances de cura são próximas a 100% quando o diagnóstico é feito em lesões in situ.
Dentre os cânceres malignos é tido como aquele em que os óbitos decorrentes podem ser todos evitados, bastando, para tal, uma consulta médica anual e treinamento de médicos para o diagnóstico precoce, quando as chances de cura são de 100%. Infelizmente, isto não acontece e, como dito, 96% dos pacientes diagnosticados com melanoma vão a óbito.
terça-feira, 14 de julho de 2009
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